quinta-feira, 29 de maio de 2014

'Mudar de esporte pode evitar que apareçam lesões', diz ortopedista

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      De acordo com o ortopedista Daniel Rosa, esta mudança de esporte ou atividade física é indicado como forma de amenizar algumas lesões e dores crônicas, principalmente na coluna, no joelho e quadril, de quem faz exercício com muito impacto ao solo. 

      O médico diz ainda que a musculação deve estar presente sempre como coadjuvante de qualquer modalidade.

- É difícil fazer essa troca. Por exemplo, o atleta adora correr. Faço minha parte de médico e digo que o melhor esporte para ele é nadar. Só que é muito difícil que a médio e longo prazo aconteça isso de fato. Hoje, sou bem convicto de que se a pessoa quer praticar apenas um esporte deve optar mais pela musculação - explicou o ortopedista Daniel Rosa.

      O comerciante Sérgio Ridzi (atleta amador), diz que deixar o esporte que gosta não é uma situação fácil de se enfrentar. 
- Já pratiquei de tudo: futebol, vôlei, tênis e basquete. As lesões vêm de algum tempo e tive de parar tudo que vinha fazendo. Tenho apenas 37 anos e preciso fazer alguma coisa. Não é fácil se adaptar a outro esporte, porque você precisa gostar do que vai fazer. Eu gosto de esquiar e tive de abrir de mão de outras atividades para me dedicar. Para isso, tenho que fazer muita musculação - disse.

      O ortopedista Daniel Rosa ressalta que a evolução natural do corredor amador em fazer distâncias cada vez maiores tem feito o número de lesões subir na mesma proporção. Por isso, recomenda a natação.

- Na corrida, a pessoa começa com uma prova de 5km, passa para a de 10km e depois vai para a meia maratona. Ela faz de forma amadora uma prova que foi desenhada para o atleta profissional. Talvez isso seja o que mais acarrete em lesões. A natação é o esporte que menos gera danos, pois não tem a carga de outros esportes, como o futebol - encerrou Daniel.


Matéria publicada pelo site Eu Atleta

Postura correta evita futuros problemas de coluna

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      Os números não negam. Mais de 54 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de problema na coluna, e a maioria desses casos poderia ter sido evitado apenas com a adoção de uma postura correta.


      A postura errada quando nos exercitamos, sentamos ou simplesmente andamos pode ser a responsável por diversas doenças, como LER (Lesões por Exercícios Repetitivos), hérnia de disco, escoliose, entre outras.

      Essas doenças, em graus avançados, acabam muitas vezes ditando o modo em que vamos viver. Para evitar que fiquem presas a elas, especialistas em coluna indicam que todas sejam tratadas por profissionais.

      A LER geralmente aparece durante o trabalho. É nele que você passa a maior parte do seu dia, por isso é muito importante garantir que durante essas horas, sua postura esteja adequada.

      Verifique se os instrumentos de trabalho (mesas e cadeiras) estão dispostos corretamente para sua altura e certifique-se de que você está sentada na posição mais confortável para sua coluna.Na academia, não se esqueça de checar se os aparelhos correspondem ao seu peso e altura.

      Alinhamentos posturais, alongamentos, fortalecimentos, trabalho de consciência corporal e reeducação postural, a fim de evitar e corrigir problemas, são as principais dicas para quem já vem sofrendo com dores na coluna.

Matéria publicada pelo site Mais Equilíbrio

Lesão Muscular dos Flexores da Coxa

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      Os estiramentos musculares do membro inferior estão entre as lesões mais comuns no esporte, podendo chegar até um terço das lesões. Os músculos isquiotibiais (atrás da coxa – que são: bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso) são os principais músculos afetados em atletas de elite. 

      Essas lesões estão associadas a esportes que envolvem aceleração e desaceleração, saltos, mudanças de direção e chutes. Resultam em um grande tempo afastado dos esportes. Normalmente resultam de um alongamento durante a fase de contração muscular (contração excêntrica).

Fatores predisponentes da lesão

Muitos fatores têm sido associados com essas lesões, porém não têm uma evidência científica muito forte.

1. Lesão prévia: Orchard em um estudo no futebol australiano, mostrou que a lesão prévia dos isquiotibiais foi o principal fator de risco para uma nova lesão. 

2. Fadiga: músculo fadigado predispõe à lesão. Estudos em coelhos mostraram que o músculo fadigado absorve menos energia antes de romper-se. Está também associado a alterações biomecânicas.

3. Flexibilidade diminuída: músculos que são alongados ciclicamente apresentam uma característica de suportarem um maior alongamento antes da lesão. Witvrouw mostrou uma forte correlação entre retração da musculatura dos isquiotibiais durante avaliação na pré-temporada e subseqüente lesão durante a temporada em jogadores de futebol.

4. Fraqueza: muitos estudos associam a falta de força muscular com as lesões posteriores da coxa. Atletas que não sofreram lesões mostraram maior força na contração excêntrica.

Recorrência

      Esta lesão comum tem uma alta taxa de reincidência o que faz os atletas, treinadores, médicos e fisioterapeutas ficarem frustrados. Pode chegar até 30% de reincidência. O tecido cicatricial não tem a mesma elasticidade do tecido normal, podendo sofrer novo estiramento. Também ocorre uma diminuição da força muscular nos demais músculos devido ao desuso (repouso). Normalmente o tempo de recuperação é maior do que se imagina inicialmente.

Local anatômico e patofisiologia

      O local mais comum é na junção miotendinosa (entre o músculo e o tendão) do bíceps femoral. Apesar de muita investigação, a etiologia e a patofisiologia permanecem obscuras. Estudos histológicos mostraram que a lesão é caracterizada por inflamação e edema e sangramento. A resposta inflamatória aguda é responsável pela proliferação de fibroblastos. Após a resolução do processo inflamatório, um processo fibrótico segue e leva à formação da cicatriz. Este tecido cicatricial é menos flexível e mais fraco que o tecido normal. 

Apresentação clínica

      Geralmente há uma história de dor súbita posterior na coxa associada à perda da função do músculo. No exame, pode-se perceber inchaço localizado, dor e possivelmente um defeito no músculo.       Equimose (roxo) é indicativo de lesão maior, porém pode levar até dois dias para aparecer. Há dor e diminuição da força de contração durante a flexão forçada do joelho. Também há uma diminuição na capacidade de alongar a perna afetada.

Classificação

A mais conhecida é a de O’Donoghue:

Grau 1 - não há ruptura de fibras, sem perda de função ou força e há apenas um processo inflamatório de baixo grau. Normalmente o retorno pode ocorrer dentro de uma semana até 10 dias.

Grau 2 - ocorre lesão tecidual que reduz a força do músculo. Diminuição da função muscular. Retorno em duas a quatro semanas.

Grau 3 - caracterizado por completa ruptura da unidade músculo-tendínea com perda completa da função muscular. Retorno entre seis a oito semanas.

Exames de imagem

A ultrassonografia (ecografia) é útil, porém o exame padrão é a ressonância magnética.

Tratamento

O manejo destas lesões é essencialmente a modificação das atividades somado a um programa de reabilitação. Outras medidas são o uso de medicamentos, assim como estimulação elétrica e ultrassom. Cirurgia é muito rara quando ocorre uma avulsão completa.

1. Medicamentos antiinflamatórios não esteróides: São frequentemente usados, porém seu uso tem sido questionado. Mais de cinco a sete dias pode diminuir a velocidade de cicatrização.

2. Corticosteróides: também controverso. Deve ser reservado quando há um aumento do processo inflamatório durante a reabilitação (quando o processo inflamatório não se resolve em poucos dias).

3. Ultrassom: embora usado frequentemente, não há uma evidência científica forte que seja útil. Tem o objetivo de aumentar a síntese protéica e a permeabilidade das membranas e a atividade fibroblástica.

4. Cirurgia: Raramente indicada, apenas para lesões de avulsão (arrancamento) da musculatura junto ao osso, que pode ocorrer na sua origem junto ao osso do ísquio (no quadril).

Reabilitação

Fase 1: O manejo inicial consiste em repouso, gelo, compressão e elevação para minimizar um dano tecidual maior, diminuir o sangramento, diminuir a resposta inflamatória e diminuir a dor. 

Fase 2: Mobilidade precoce controlada e alongamentos passivos (assistidos), sempre dentro de uma área de conforto. O paciente não pode sentir dor. Natação e exercícios para os membros superiores são estimulados para manter o condicionamento.

Fase 3: exercícios isocinéticos são iniciados. Estimula-se o uso de bicicleta e de esteira.

Fase 4: após realizar exercícios isocinéticos sem dor, o atleta inicia corridas em linha reta. Permite-se o uso de exercícios de contração excêntrica. A intensidade do treinamento é gradualmente aumentada e o atleta inicia exercícios de agilidade e arranques.

Fase 5: fase final é o retorno ao esporte. Não há consenso de quando o atleta pode voltar. Todo esforço é feito para realizar os exercícios específicos do esporte sem dor, com a força normal, com a agilidade normal, sem dor, e então, o retorno ao esporte é permitido. Apesar disso, o risco de reincidência permanece alto por um período significativo.


Matéria publicada pelo site Gustavo Kaempf

Mulher que fuma e toma pílula pode ter um risco maior de sofrer um AVC

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      O acidente vascular cerebral é mais comuns nos homens, mas nas mulheres, costuma ser mais grave. No Brasil, inclusive, o AVC é a maior causa de morte feminina. 

      Fatores como hipertensão, diabetes, colesterol alto, alimentação ruim, sedentarismo e estresse, por exemplo, podem aumentar muito o risco em ambos os sexos. No entanto, existem fatores que podem ser ainda mais perigosos especialmente para as mulheres, como alertaram o cardiologista Roberto Kalil e o neurologista vascular Alexandre Pieri.

      Se a mulher fuma e toma pílula anticoncepcional, por exemplo, o risco pode ser ainda maior – a fumaça do cigarro provoca danos nas artérias do cérebro; e o estrogênio, um dos hormônios da pílula, pode levar à formação de placas nas paredes dos vasos sanguíneos, segundo pesquisas.

      O neurologista vascular Alexandre Pieri alerta, porém, que o uso do anticoncepcional isolado sem outros fatores de risco associados não leva a um risco alto de AVC. Por isso, quem precisa tomar pílula deve se preocupar em controlar os outros fatores e cuidar da prevenção, ou seja, não fumar, comer bem e evitar a obesidade. Há ainda algumas fases da vida feminina que podem contribuir, como a gravidez, o pós-parto e a menopausa, como explicaram os médicos.

      Na gravidez, um dos principais fatores que aumenta o risco de AVC é a pré-eclâmpsia, doença vascular que atinge o corpo todo. Ao longo do tempo, a doença pode levar a obstruções de vasos sanguíneos e ao enfraquecimento das paredes das artérias, que podem até se romper. Por isso, a mulher que teve esse problema na gestação deve ser acompanhada sempre por um médico. Se ela teve hipertensão durante a gravidez, o risco de hipertensão arterial no futuro também é muito maior.

      Além dessas fases da vida, há ainda a depressão, mais comum nas mulheres do que nos homens, que tem sido um grande fator de risco para doenças cardiovasculares e também para um AVC.

      Os médicos alertaram ainda que é fundamental saber reconhecer os sintomas de um AVC para levar o paciente imediatamente ao médico, se for o caso. A dica é pedir para a pessoa sorrir - se um lado da boca estiver torto, pode ser um sinal. 

      Depois, ela precisa estender os dois braços - se um deles cair, também é outro indício. Por último, é preciso pedir para a pessoa falar uma frase simples, como "o céu é azul" - se ela não conseguir completar, é mais um sinal. Nesse caso, é importante levá-la o quanto antes para um hospital.

Matéria publicada pelo site Globo.com

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Fisiologista: musculação orientada não afeta o crescimento dos jovens

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      Dentre os vários mitos relacionados à prática de atividade física, a relação entre exercícios e crescimento é um dos que ainda carece de maior esclarecimento. 

      Em primeiro lugar, existe a preocupação de que algumas modalidades de exercícios possam prejudicar o crescimento em jovens durante a fase de desenvolvimento. Este é um assunto muito polemizado e invariavelmente aborda a questão da prática da musculação. O paradigma que existe é que jovens em fase de crescimento não podem fazer musculação. é que jovens em fase de crescimento não podem fazer musculação.

Esta questão é praticamente respondida com o raciocínio do bom senso. Certamente um jovem antes da puberdade, não tem ainda o aparelho locomotor amadurecido para fazer a musculação pesada visando hipertrofia. Não tem sequer a retaguarda hormonal para promover aumento expressivo da massa muscular.

      O exercício pesado de musculação poderia causar danos nas zonas de crescimento ósseo e até prejudicar o processo de desenvolvimento. Vale lembrar que é muito raro isso acontecer, pois para tanto seria preciso um exagero muito grande que certamente iria provocar um mecanismo de defesa na forma de um quadro doloroso que cercearia o processo. Exercícios com pesos aplicados de forma orientada e racional não são proibidos para jovens e não vão prejudicar o crescimento.

      Por outro lado existe também o mito de que exercícios físicos podem acelerar o crescimento ou mesmo promover um ganho estatural para jovens com baixa estatura. A verdade é que nenhum programa de exercícios vai alterar a estatura definida pela herança genética. Os fatores que podem alterar o crescimento geralmente estão relacionados a problemas hormonais ou carências nutricionais. Exercícios não promovem ganho nem perda de centímetros de estatura, porém promovem saúde para um crescimento normal.

      Nestes casos, a intervenção do especialista no momento adequado pode corrigir o problema e restaurar o curso normal do crescimento. Não existe interferência que a prática de um programa de exercícios durante a fase de desenvolvimento possa promover para fazer um jovem ganhar centímetros de estatura. Todas as histórias relatadas de casos de programas que determinados atletas tenham feito para crescer com exercícios programados não passam de leituras mal interpretadas.


Matéria publicada pelos ite Eu Atleta