Corredora há 15 anos, Patrícia Cardoso prepara-se para participar da próxima edição da Volta Internacional da Pampulha, que rola no início de dezembro. No entanto, como ela sentia que o seu desgaste com a corrida era muito grande, passou a apostar no Pilates para ter melhor rendimento. Resultado: hoje a educadora física sente uma melhor distribuição da força durante as passadas, não sobrecarregando os grupos musculares mais solicitados na corrida, e tem uma melhor estabilização e mobilização do corpo.
Essa junção das duas modalidades é, de fato, uma boa estratégia. Trazer variedade, divertimento e fazer com que o seu corpo tenha um descanso para se recuperar dos esforços repetitivos da corrida é essencial para que você evolua nas passadas. E uma ótima maneira de unir esses três passos é apostando em treinos alternativos, os conhecidos crosstraining. Eles podem ser quaisquer atividades esportivas que você adiciona à sua rotina de exercícios e que, além de dar um descanso aos músculos mais solicitados durante a corrida, ajudam a prevenir lesões e contribuem para manter o condicionamento aeróbio no caso de estar se recuperando de alguma lesão já estabelecida.
Os corredores costumam praticar comumente o ciclismo e a natação como atividades complementares, mas o Pilates também é uma ótima alternativa. E, melhor, ele ainda pode ser feito até mesmo no local onde você faz seus treinos de corrida ao ar livre.
A prática faz com que o aprendizado de uma nova modalidade traga um desafio que contribui para a melhora do seu desempenho na corrida, tanto pelo desenvolvimento e treinamento de outros grupos musculares que vão contribuir para um trabalho mais equilibrado do corpo, quanto por trazer um estímulo psicológico diferenciado ao corredor, o que quebra a monotonia dos treinos e traz novidade para a sua rotina diária.
Como incluir na planilha
Para cada corredor, em cada fase de seu desempenho atlético, existe uma combinação mais adequada para praticar o crosstraining. Corredores iniciantes, geralmente mais propensos a lesões, podem, por exemplo, dedicar até 50% de seu tempo de treinamento total semanal a essas atividades. Podem correr em dias alternados e acrescentar outras modalidades a planilha de treinos, sem se esquecer de tirar dias de folga para total recuperação. Nessa fase, praticar Pilates duas vezes na semana, além de outras atividades como natação ou ciclismo, ajuda a melhorar a consciência corporal, a postura, além de fortalecer e alongar de forma equilibrada todo o corpo, melhorando a concentração e o controle da respiração.
À medida que você se torna mais experiente na corrida, a distribuição de tempo deve mudar. Dê maior ênfase ao treinamento específico de corrida, reduzindo o tempo dedicado às atividades complementares de crosstraining. Nesse momento, é importante fazer atividades que alonguem e soltem os músculos (como no caso do Pilates) em detrimento de outras que tenham como característica a contração dos músculos, como musculação ou ciclismo, por exemplo.
Já no caso de corredores mais velhos, como há uma perda natural de massa muscular e de flexibilidade, o aparecimento de lesões fica mais facilitado. Aqui, o Pilates também é muito importante, pois ele ajuda a manter o condicionamento, sem que seja preciso correr todos os dias. A estratégia usada pode ser a mesma dos corredores iniciantes.
(Fonte: Patrícia Cardoso, educadora da Physio Pilates e especialista em reabilitação e fisiologia do exercício)