segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

BURSITE TROCANTÉRICA


      Segundo tipo de dor mais frequente na região do quadril ( só perde para a osteoartrite), que atinge um em cada dez corredores, especialmente mulheres.
      Se trata de uma inflamação numa saliência que fica sobre os músculos laterais do quadril, causada, sobre tudo, por microtraumas repetitivos de contato. Essa fricção gerada por excesso de treino, entre outros fatores, chega a degenerar os tendões de músculos e tecidos fibrosos que se inserem numa mesma área do fêmur, o grande trocanter. Este conjunto de articulações do quadril sustenta cada passo durante a caminhada, e durante uma corrida, o impacto se torna seis vezes maior, o que torna a região da face lateral da coxa muito mais suscetível a lesões.
      Somando os exageros, as exigências atléticas causam degeneração entre o quadril e um firme tendão que passa sobre o fêmur, inflamando uma ou mais bursas (bolsas com fluídos para amortecer o contato entre ossos, tendões e músculos), que cercam o trocanter maior do fêmur. Essas bursa se inflam e passam a secretar excesso de líquido, causando dor e inchaço local, podendo ainda se criar cristais de cálcio na região, devido à alteração do pH local, evoluindo para a bursite trocantérica calcificada do quadril.
      Devido as mulheres possuírem o quadril mais largo por natureza, a incidência desta lesão se torna mais frequente  para elas, pois a angulação da coxa entre a bacia e o joelho torna-se maior no chamado ângulo Q, formado pelo tendão do quadríceps da coxa e o ligamento patelar. As mulheres depois dos 30 anos estão mais dispostas a sofrer esse desvio, e consequentemente, a desenvolver a bursite trocantérica, numa proporção de 4 por 1, comparada aos homens.

Causas:
* Traumas na região do quadril, desiquilíbrios musculares, obesidade e desalinhamento das pernas;
* Fricção por esforço repetitivo;
* Aumento rápido da carga de treinamento de corrida;
* Uso de tênis inadequado;
* Falta de alongamento e erros posturais permanentes.

Sintomas:
* Dores iniciais lentas, podendo passar a crônicas;
* Dor no quadril ao levantar peso e subir escadas;
* Estalidos ou criptação ao movimentar-se;
* Dor ao movimentar a perna em rotação;
* Possíveis fisgadas no glúteo;
* Dificuldade para andar sem mancar;
* Incômodo ao deitar-se de lado.

Tratamento:
* Aplicar gelo no local, evitar escadas, não dormir de lado pressionando o local afetado;
* Procurar um especialista aos primeiros sinais da dor;
* Interromper de imediato as atividades físicas;
* Fortalecer a região com exercícios de musculação, Pilates, hidroginástica, etc... após liberação médica;
* Tomar anti-inflamatório, sob orientação médica.

Prevenção:
* Fazer alongamento para extensão dos ligamentos que friccionam as bursas;
* Fortalecimento da musculatura do quadril e da coxa;
* Usar tênis adequados à sua pisada;
* Respeitar os períodos de descanso.

Retorno para as atividades físicas:
* De seis a oito semanas, em média;
* Quando conseguir apalpar a região sem sentir dores;
* Restauradas a flexibilidade, a força e a mobilidade;
* Quando não sentir mais dor ao correr em linha reta ou executar manobras bruscas.

Ficam as dicas

Manoel Fagundes
CREF nº 011109-G/RS

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