Quando você respira da forma correta sua performance e sua velocidade também melhoram e você corre mais rápido. A relação entre os dois é direta: quanto melhor a respiração, melhor será o rendimento.
Expirar e inspirar de forma adequada faz com que haja maior absorção de oxigênio e, também, maior liberação de gás carbônico, sendo que o primeiro é responsável por um maior ganho energético. Assim, quanto mais oxigênio, melhor é o rendimento energético da respiração celular.
Para que você seja mais veloz, até mesmo a respiração deve ser treinada. Ela deve ser compassada, acompanhando o ritmo das passadas, com inspiração e expiração profundas. Quando você respira de forma descoordenada pode ter dor no diafragma, que aparece como uma fisgada ao lado da barriga e comumente é confundida com dor no baço.
Ao emparelhar a sua respiração e sua cadência, você diminui o esforço percebido, maximiza a capacidade pulmonar e reduz o desgaste do corpo. Mas, para isso, é preciso que você inspire pelo nariz e solte pela boca, extraindo o ar profundamente dos pulmões.
Antes de fazer a tentativa nas pistas, faça a primeira lição de respiração ritmada deitado no chão para perceber a sua barriga, alternadamente, inflar e desinflar como um balão. Após 15 minutos do exercício, você estará mais acostumado com o método.
A maioria dos corredores usa apenas de 50% a 60% da capacidade pulmonar, pois há confiança demais nos músculos do peito quando se respira. Mas você deve fazer o seu diafragma trabalhar. Quando ele faz parte da respiração de forma total, maximiza a quantidade de oxigênio que você inspira e a quantidade de gás carbônico que você libera, retardando a fadiga. Além disso, treinar os seus músculos respiratórios faz com que você seja mais eficiente e reduz o consumo de oxigênio.
Depois de aprender a usar o diafragma corretamente, você deve passar para a segunda fase da respiração ritmada: o emparelhamento da respiração com a cadência da corrida. O indicado, geralmente, é respirar a cada duas passadas, fazendo o mesmo com a inspiração. Mas ao puxar e soltar o ar de forma uniforme com a sua cadência você acaba sempre estando com o mesmo pé à frente, o que pode causar dores pelo corpo por conta do impacto das passadas.
O melhor é fazer uma contagem de três passos para a expiração e dois para a inspiração. Ao inalar ar por mais tempo, você alterna os pés e distribui a força de impacto, igualmente, entre os dois lados do corpo. Pronto para tentar?
(Fonte: Roberto Ranzini, ortopedista e médico do esporte, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Médico do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz)