quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PILATES E DIÁSTASE NA GESTAÇÃO

diástase gestação

      Com frequência recebo perguntas de gestantes e professores de Pilates sobre a diástase do abdome e vamos falar um pouco sobre o assunto com você!
      A diástase é a separação do músculo reto abdominal na linha alba e acomete a maioria das gestantes. Quando a separação do abdome é superior a dois centímetros (aproximadamente dois dedos), compromete a integridade muscular. Cabe ressaltar que a diástase do reto do abdome acomete homens e mulheres, mas a grande maioria apresenta esta alteração anatômica durante a gestação.
diastase
Você sabia que…
  • A diástase do abdome ocorre pelo aumento da concentração de elastina no tecido conjuntivo, mudança biomecânica do abdome e pelo crescimento do bebê;
  • A localização mais comum é supraumbilical (acima da cicatriz umbilical), mas também pode ocorrer infraumbilical (abaixo da cicatriz umbilical) e umbilical;
  • A diástase compromete a eficiência do reto do abdome e as gestantes podem se queixar de dor lombar pela perda da estabilidade de tronco;
  • Durante a gestação é melhor evitar exercícios abdominais de flexão do tronco nas as aulas de Pilates e incorporar exercícios de ativação do transverso do abdome e assoalho pélvico;
  • A frequência da diástase aumenta no segundo e, principalmente, no terceiro trimestre gestacional;
  • No pós parto, a medida que a diástase diminuir de espessura, o professor pode evoluir com exercícios para oblíquos e, quando menor que dois centímetros, realizar abdominais com a flexão de tronco;
  • A diástase pode retornar em até um ano após o parto, mas há casos em que ela não regride;
  • Nos casos mais graves, a diástase pode evoluir para herniação de órgãos pélvicos e, no caso de diástase umbilical, é provável que haja a indicação cirúrgica;
  • O método Pilates, quando realizado corretamente, ativa músculos profundos que estabilizam a diástase e previnem sua progressão.
      O teste para avaliar a diástase das gestantes é simples. Em decúbito dorsal, com pés e mãos apoiados no solo, peça para a aluna realizar a flexão de tronco em isometria (abdominal tradicional), e apalpe com o segundo e terceiro dedo ao longo da linha alba as áreas supraumbilical, umbilical e infraumbilical, caso a aluna tenha uma depressão maior que dois dedos ou uma protuberância durante a flexão, são contraindicados exercícios que acentuam a diástase como a flexão de tronco. O teste deve ser repetido com frequência pois pode evoluir durante a gestação.
      Os exercícios abaixo podem ser realizados para a ativação do transverso do abdome e assoalho pélvico, contudo, a avaliação prévia do profissional é fundamental para a efetividade do tratamento. Um bom parto às gestantes!
1. Hamstring stretch
      Em sedestação sobre a bola suíça, com os pés em dorsiflexão na barra vertical e mãos na barra fixa, realizar a flexão de tronco mantendo o crescimento axial. Desenrolar a coluna com a cervical, retornando por último.
hamstring gestacao
2. Pregnant cat
      Em seis apoios, com coluna neutra e alinhamento dos membros superiores e inferiores, realizar a contração do powerhouse, aproximando o bebê da coluna. Para a progressão realizar a flexão de ombro ou extensão de quadril e joelho, mantendo a coluna neutra.
pregnant gestacao
3. Tríceps plank
      Em seis apoios, com os membros superiores apoiados no pedal e na plataforma de extensão, realizar a flexo-extensão de cotovelo, mantendo a coluna neutra. Para progressão realizar a flexão de ombro ou extensão de quadril.
triceps gestacao
4. Bridge
      Em decúbito dorsal no Cadillac, com os membros superiores nas alças de mãos (ou barra móvel) e tornozelos sobre a alça do trapézio, realizar a ponte mobilizando a coluna até a posição neutra, realizando em simultâneo a flexão dos cotovelos.
bridge gestacao
5. Horse
      Em sedestação sobre o Barrel, realizar a adução de quadris associando com adução de ombros e flexão de cotovelos com magic circle. Outros acessórios podem ser utilizados, como a faixa elástica, fit ball, miniband ou tonning ball.
horse gestacao


Érika Batista (CREFITO 167261-F)
Fisioterapeuta, mestre em ciências da reabilitação e professora do FisioStudio Pilates & Funcional Ibirapuera

GESTANTES PODEM FAZER EXERCÍCIOS DE BARRIGA PARA CIMA?


      Durante a gravidez, diversos pontos requerem atenção: alimentação, vitaminas, remédios, atividades físicas etc. Tudo precisa ser acompanhado de perto. Assim é também com o Pilates, que mesmo sendo um exercício de baixo impacto, precisa que tanto a gestante quanto o instrutor estejam atentos a inúmeros detalhes.
      Uma dúvida frequente é se gestantes podem fazer exercícios de barriga para cima. Para responder a essa pergunta, precisamos explicar um pouco sobre a anatomia do corpo feminino.
      Logo atrás do útero está localizada a veia cava inferior, responsável por levar o sangue da pelve e membros inferiores de volta para o coração.
      Com o decorrer da gestação e consequente aumento do peso do bebê, ao deitar de barriga para cima o útero acaba pressionando essa veia tão importante, o que diminui o fluxo sanguíneo e o retorno venoso.  É igual pisar em uma mangueira de água.
Alguns dos sintomas quando esse fluxo sanguíneo diminui são:
  • Mal estar;
  • Tontura;
  • Náusea;
  • Falta de ar;
  • Desmaio (em casos muito extremos).
      Para todos esses sintomas é dado o nome de Síndrome da Hipotensão Supina. Para reverter essa situação a gestante deve deitar de lado. Assim, o útero deixará de pressionar a veia cava e o fluxo sanguíneo retorna ao normal.
Por isso, não vamos arriscar!
      Após o 3º mês é recomendado utilizar uma inclinação de pelo menos 45° para exercícios realizados de barriga para cima. Conseguimos isso com uma cunha ou mesmo com alguns acessórios do Pilates.
      Procure sempre um profissional experiente e que conheça as alterações que acontecem no corpo gestante!

Ana Regina Nogueira
CREFITO-3 163265/F
Fisioterapeuta e idealizadora da Umana Pilates – para o corpo gestante

BENEFÍCIOS DO PILATES PARA DENTISTAS

pilates para dentistas

Pilates para dentistas: Uma ferramenta preventiva
      Para qualquer pessoa, em qualquer nível de atividade física, o Pilates se apresenta como uma excelente ferramenta de bem-estar, saúde geral, fortalecimento do corpo, redução de dores e melhora na concentração. Porém, nesse artigo vamos ressaltar a importância do método no ambiente dos cirurgiões dentistas, uma profissão que tem como característica um enorme número de queixas laborais relacionadas à dores nas costas, tensionais e na nuca, tendinites e lesões no manguito rotador, hérnias de disco, entre outras lesões comuns aos dentistas.
MOBILIDADE ESCAPULAR
      Não é preciso muito tempo para que comecem a aparecer sintomas de lesões, no entanto, a maioria dos dentistas procura alguma forma de tratamento quando o quadro já se encontra instalado. A escápula é uma estrutura óssea que serve como apoio para diversos músculos, seu movimento está intimamente ligado aos movimentos dos ombros. Através das tensões estáticas exigidas no dia a dia de trabalho dos dentistas, os músculos conectados a escápula ficam muito mais sujeitos ao acúmulo de tensões ou contraturas.
      A prática do Pilates, quando aplicado de modo específico para a realidade dos dentistas, traz inúmeras possibilidades de dissociação escapular, ou seja, mobilizar e aliviar as tensões em torno da escápula. Por meio de movimentos conscientes e com a ajuda de instrutores capacitados, é possível alcançar ótimos resultados de relaxamento e alívio de tensões.
ALONGAMENTO GERAL E ESPECÍFICO
      Devido a má postura e a permanência por longos períodos em posturas ergonomicamente desfavoráveis ao alinhamento corporal, os dentistas tem a tendência de possuir encurtamentos musculares de forma geral.  Com o Pilates, é possível realizar um trabalho de alongamento do corpo todo, além daqueles específicos para as articulações que recebem maior carga como ombros e coluna por exemplo.
FORTALECIMENTO GERAL E ESPECÍFICO
      A permanência excessiva em determinadas posições pode gerar tensão em algumas estruturas e enfraquecimento em outras. É fundamental para o bem estar de qualquer pessoa, a busca pelo equilíbrio muscular adequado. Trata-se da relação ideal entre alongamento x fortalecimento para a manutenção de uma boa postura e estabilidade postural no dia-a-dia. Tal fortalecimento é de importância especial na região abdominal profunda, que atua como estabilizador principal da coluna. No Pilates tal região é ativada com frequência, permitindo dessa forma o seu fortalecimento.

Luiz Fernando Garbelotti
Coordenador e Instrutor do Studio Viver Bem
Especialista em Pilates
CREF: 015303-G/PR