terça-feira, 14 de janeiro de 2014

De que forma o excesso de exercício físico pode prejudicar o organismo feminino?

      Fazer exercício físico em excesso com a intenção de conseguir resultado rápido, seja pela busca da forma perfeita ou para alcançar melhor desempenho esportivo, não é uma boa estratégia. Essa prática pode trazer sérias consequências, como ciclo menstrual irregular, o que pode influenciar na fertilidade feminina, fadiga muscular e lesões.

      Junto com o excesso há um desequilíbrio neuroendócrino, gerando uma falha no hipotálamo, glândula que regula diversas funções hormonais. Assim, ocorre a não liberação dos hormônios estimuladores dos ovários e o organismo deixa de produzir o estrógeno e a progesterona, causando alterações menstruais.

      Nessa situação, a amenorreia (falta de menstruação), pode diminuir a densidade mineral óssea. Em curto prazo, existe maior probabilidade de fraturas por estresse, podendo evoluir para uma osteoporose. O comportamento alimentar inadequado associado a esses distúrbios caracteriza a “tríade da mulher atleta”, que atinge principalmente corredoras de longas distâncias, bailarinas e ginastas. 

      Para quem é diagnosticada com esses sintomas, o acompanhamento nutricional rigoroso, associado à ingestão de cálcio e vitamina D e redução da atividade física em 10 a 20% no volume, intensidade e frequência, podem ser suficientes para a normalização do ciclo menstrual. Nos casos em que não há retorno espontâneo, a reposição hormonal é recomendada para evitar a perda óssea precoce. Indica-se também o uso de anticoncepcional com altas doses de estrógeno para aumentar a massa óssea da paciente e regularizar a menstruação. 

Fonte: Dra. Graciela Morgado, ginecologista e obstetra, diretora da Clínica Invita e membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

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