Chega o horário de verão no país e, com ele, a febre para perder as gordurinhas extras toma conta das conversas de academias e amigos. Há quem tenha sempre na manga uma dieta da sopa, da proteína, dos pontos, do grupo sanguíneo, sem glúten, que eliminam o consumo de determinados alimentos e exageram na ingestão de outros. O que na maioria das vezes não fica bem explicado é que remédios e alterações radicais na alimentação sem ter o acompanhamento nutricional podem colocar a saúde em risco e trazer complicações piores do que o excesso de peso. Ainda mais no Brasil, apontado como o país que mais consome medicamentos para emagrecer.
Quando um nutricionista planeja o programa alimentar do paciente, aspectos de sua individualidade devem ser respeitados, como história clínica, familiar e social, exames laboratoriais, preferências, aversões e intolerâncias alimentares, doenças associadas, interações medicamentosas, nível de atividade física e questões psicológicas. Portanto, é fácil concluir que muitos prejuízos podem ser causados por regimes de emagrecimento realizados sem adequada avaliação. É o que afirma a nutricionista Cristiane Perroni, especialista do EU ATLETA.
- Dietas sem acompanhamento são restritivas e não levam em conta estado de saúde, hábito alimentar e estilo de vida do indivíduo, não têm preocupação em promover educação nutricional e, o mais complicado, não conseguem acompanhar a manutenção do peso perdido - disse.
Problemas que as dietas sem acompanhamento nutricional podem trazer:
Deficiência nutricional: Dietas à base apenas de carboidratos, proteínas, fibras ou líquidos são prejudiciais à saúde. Isso porque isoladamente, esses grupos alimentares não são capazes de oferecer todos os nutrientes de que o organismo necessita, podendo ocasionar déficit de vitaminas e minerais.
Efeito sanfona: Caracteriza-se pela perda de peso e sua recuperação algum tempo depois. É comum em dietas sem equilíbrio adequado de nutrientes, que prometem emagrecimento rápido. Ocorre porque, durante a dieta, há perda de gordura e de massa muscular. Com a redução de musculatura, as necessidades de energia diminuem e, ao interromper o regime, a pessoa volta a engordar. O efeito sanfona também sobrecarrega os órgãos, o que torna difícil o emagrecimento ao longo do tempo.
Excesso de gorduras e proteínas: A ingestão excessiva de proteínas e gorduras pode resultar em aumento nos níveis de colesterol e triglicéridios, e facilitar o aparecimento de doenças graves. Dietas ricas em proteínas podem sobrecarregar o fígado e os rins, uma vez que estes órgãos atuam na metabolização de proteína. A insuficiência de fibras, comum nesses tipos de dieta, pode alterar o bom funcionamento do intestino e facilitar o surgimento de câncer.
Falta de carboidratos: Responsáveis pelo fornecimento de energia do corpo, normalmente são excluídos das dietas que estimulam o emagrecimento rápido a qualquer custo, pois são tidos como vilões do excesso de peso. Sua ausência pode diminuir a quantidade de serotonina, substância produzida no cérebro com a função de regular o apetite e a saciedade. A queda de seretonina pode levar à compulsão alimentar e ao aumento da ansiedade, dificultando o processo de emagrecimento. Além disso, a não ingestão de glicose acaba gerando alta concentração de cetona no organismo, que acarreta o aumento da produção de radicais livres, podendo estimular até o aparecimento de doenças crônicas, sendo a principal delas o câncer.
Ficam as dicas!
Manoel Fagundes - CREF 011109-G/RS
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