quarta-feira, 31 de julho de 2013

Comprar o tênis específico para cada pisada é necessário?

durabilidade

      Aventurar-se a dar as primeiras passadas no asfalto é a primeira atitude para fugir do sedentarismo e melhorar a saúde. Porém, antes de correr para as lojas e adquirir o primeiro par de tênis, é importante saber qual o seu tipo de pisada: pronada, supinada ou neutra.

      A pisada pronada é caracterizada pelo toque da parte interna do pé primeiro no solo, fazendo com que o impulso seja feito praticamente pelo dedão. Já na pisada supinada, vemos o inverso: o toque ocorre primeiramente do lado externo. A pisada neutra ocorre quando o pé toca o chão e segue uma linha reta até a elevação do dedão.

      De acordo com o ortopedista, Dr. André Felipe Ninomiya, realizar o teste da pisada, oferecido por diversas lojas do segmento esportivo, é um complemento. “O exame clínico é o mais importante, porque se o paciente tiver algum problema será necessária a indicação de um calçado específico. Porém, o teste também é importante”, explica.

Indispensável - Depois de realizar os exames necessários, pacientes que precisam corrigir a pisada são instruídos a utilizar uma palmilha ortopédica, que tem função de corrigir e tratar o problema. “Colocá-la em um tênis neutro é o suficiente para corrigir a pisada. Porém, se o atleta já utilizar o calçado específico para a sua pisada, a palmilha provavelmente não será necessária”, afirma Ninomiya.

      Segundo o ortopedista, um ponto importante apontado pelos especialistas para manter a saúde do corpo em dia é a característica do solado. “Para a corrida de rua, é indispensável que haja estabilidade e amortecimento, por isso indicamos um solado rígido. Para os aventureiros, que gostam de correr nas trilhas, o importante é ter um solado com base larga”, sugere. 

Complicações - André Ninomiya acrescenta que correr com o tênis errado pode trazer impactos no corpo. “Por exemplo, ter uma pisada supinada significa que o atleta irá forçar os tendões laterais no corpo e terá problemas específicos em determinadas articulações se usar um calçado para pisada neutra”, exemplifica.

      A falta de cuidado na escolha também pode aumentar a probabilidade de acidentes e lesões durante a prova. Escorregões e torções podem levar a problemas sérios nos pés, tornozelos, joelhos e coluna.

      Além disso, não comprar um tênis adequado para corrida pode ocasionar no aparecimento de algumas patologias. “As mais comuns são as fascite plantares, que resulta no esporão de calcâneo, metatarsalgia, que é a dor na parte da frente do pé, e inflamação do tendão calcâneo”, conclui o profissional.

Matéria publicada em portal Webrun

Jejum prejudica processo de emagrecimento e ainda faz mal à saúde

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Passar muitas horas sem se alimentar pode levar à perda de massa muscular e à flacidez. 

      Na briga com a balança, sabemos que é preciso reduzir a ingestão de calorias para poder perder peso. Um erro comum, provocado por muitos pacientes que procuram os nutricionistas está em fazer jejum prolongado para tentar, dessa forma, emagrecer. Só que ao não se alimentar adequadamente, o nosso corpo entende que estamos em perigo e começa a “poupar” energia (ou seja, gordura) para nos proteger da escassez.

O que é, o que é?
      Segundo o neurocirurgião do Hospital das Clínicas Dr. Fernando Gomes Pinto, jejum é, por definição, um período prolongado sem ingerir comida ou líquidos, com limite aceitável de oito horas para adultos e seis horas para crianças.

      Dra. Daniela Cunha Cavalheiro, nutricionista da empresa Ser Saudável Nutrição, explica que o estômago dá sinal de fome em poucas horas de jejum, mas a sobrevivência sem alimento varia de acordo com o estado nutricional da pessoa e exemplifica: “existem indivíduos que adaptam o seu organismo ao jejum prolongado, como acordar e não tomar café da manhã, se alimentando só no almoço ao meio dia sem sofrer nenhum mal-estar. Enquanto outros, em apenas duas horas sem alimentos sentem dor de cabeça, visão turva, face pálida e sudorese fria, principalmente nas extremidades”.

      Essa “abstinência calórica” até faz com que a pessoa sinta diferença nas medidas, mas não porque emagreceu e sim porque perdeu massa magra, água e glicogênio. Daniela explica que o jejum é prejudicial porque o organismo é dependente de quantidades constantes de glicose para sobreviver, não sendo a quantidade de carboidrato armazenada, o suficiente para manter esse nível de glicose do organismo constante. “O jejum prolongado obriga o corpo a trabalhar em marcha lenta, diminuindo o ritmo de todas as funções com o objetivo de economizar energia. Com essa queda no metabolismo, é possível engordar até comendo menos, pois o corpo entende que há a necessidade de formar uma reserva energética.”

Os sintomas
      Jejuar por longos períodos é ruim para o corpo, que manda sinais de que algo não vai bem. “O indivíduo, por faltar glicose, pode desencadear dor de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição do rendimento intelectual, chegando a ter alucinações em casos extremos”, conta Pinto. 

      Nosso corpo funciona para nos manter vivos e a falta de alimento faz o organismo entender que estamos “num período de guerra, em que é necessário economizar e estocar energia”, segundo a nutricionista, que reforça que quem lança mão dessa abstinência calórica para emagrecer está, na verdade, dando um passo pra trás, porque “só vai contribuir para o aumento dos chamados pneuzinhos”, uma vez que o corpo vai estocar tudo o que se come em forma de gordura.

      Além disso, “o neurônio utiliza glicose e oxigênio para funcionar de forma adequada e começa a ter prejuízo no funcionamento do sistema nervoso quando falta comida”, ensina o neurocirurgião. 

Não vale a pena
      Jejuar pode emagrecer, já que sem alimento, o corpo passa a queimar tudo o que tem reservado, mas, segundo a nutricionista Daniela, o preço a ser pago é alto e a saúde é colocada em risco, sim, para um resultado que provavelmente não vai durar.

“Isso acontece porque quando permanecemos em jejum, inicia-se a gliconeogênese, com mobilização das reservas de carboidratos do fígado. Ocorre, em seguida, o catabolismo das proteínas que são diretamente utilizadas pelos tecidos ou convertidas em glicose.

      Após esta fase de utilização de proteínas e carboidratos, prioriza-se finalmente a mobilização da gordura, com a formação de corpos cetônicos, que podem atravessar a barreira do sangue e do cérebro e serem utilizados como energia. Se o jejum prosseguir por muito tempo, intensifica-se novamente o catabolismo protéico, desta vez de forma mais acentuada e danosa. De acordo com alguns estudos em nutrição e comportamento, diversas pessoas que hoje sofrem com distúrbios alimentares compulsivos como bulimia e anorexia, já experimentaram o jejum durante algum período de suas vidas.”

Corpos cetônicos
      Daniela explica que os corpos cetônicos são compostos solúveis no sangue e na urina. Eles são três compostos produzidos por meio da quebra de ácidos graxos no fígado: acetoacetato, beta-hidroxibutirato e acetona. 

“Quando a quantidade de açúcar no sangue cai, chega a hora de o corpo começar a queimar lipídios em substituição - um processo chamado cetose. Um dos produtos dessa metabolização são os corpos cetônicos, que se transformam espontaneamente em acetona - uma substância de cheiro bem característico. Parte dela é liberada pela urina, mas, como é muito volátil, sai até pela respiração. 

      Daí o hálito meio azedo liberado na respiração de portadores de diabetes, de pessoas em dieta e de quem acaba de acordar”, ensina a nutricionista.

      Quando acontece em excesso, a produção de corpos cetônicos pode se transformar em uma patologia: “nesses casos tem-se o que chamamos de cetose (o nível de corpos cetônicos no plasma sanguíneo está elevado) e com isso o pH do sangue diminui bastante (acidose). Também se encontra corpos cetônicos na urina (cetonúria), quando a cetogênese esta muito acelerada, o que é um sinal de descompensação da diabetes”.

Começar bem o dia
      Enquanto dormimos, nosso corpo continua em funcionamento, mesmo que em um ritmo mais lento, para seguir respirando, mantendo o ritmo cardíaco etc. Essas funções demandam energia e, por isso, ao despertar é preciso colocar algum “combustível” pra dentro: o café da manhã.

      Tem gente que costuma pular essa refeição por pressa ou por falta de fome, o que não é nutricionalmente adequado. Daniela conta que o café da manhã fornece, entre outros nutrientes, carboidratos para que se possam ser feitas as tarefas do dia a dia, influenciando no rendimento diário. “Ao pular o café da manhã, o corpo ficará prejudicado porque o organismo, depois de esgotada a principal fonte de energia, que é a glicose, passa a usar o glicogênio estocado principalmente no fígado e nos músculos”, conta. É aí que se dá o pontapé da queima da massa magra, lembra?

Consultora TécnicaTatiane Cardoso Viana, nutricionista esportiva e clínica. Atua como Personal Diet, Coordenadora Comercial e Docente dos Cursos de Extensão Universitária da empresa Ser Saudável.

Corrida é um dos melhores tratamentos para hipertensão

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      O cardiologista Dr. Nabil Ghorayeb define: “Hipertenso é aquele que tem a pressão acima de 13,5 por 8,5. A hipertensão arterial é uma doença crônica, incurável, mas tratável”. Dr. Nabil explica que o tratamento tem três vertentes, o remédio, a dieta e a atividade física. 

      O consenso- Tanto Dr. Nabil quanto o nutricionista Danilo Balu concordam neste ponto. “A atividade aeróbica, como a corrida em ritmo de trote praticada de forma regular (quatro vezes por semana)é muito boa para o hipertenso. Mas ele tem que tomar os remédios antes de sair para sua corrida”, adverte o cardiologista.

      Balu endossa o o discurso. “A prática física regular mantém o sistema circulatório melhor, assim como a resistência vascular, que ajuda a manter a pressão saudável”, diz. Para Balu, a comunidade científica valoriza demais os efeitos do sal no organismo “O foco dos problemas de hipertensão deveria sair do sal e ir atrás dos carboidratos em geral”, conta.

      A discórdia- “O sal não traz problemas para a maioria absoluta da população”, defende o nutricionista. “Em uma pessoa em condições comuns o sal traz um aumento de pressão muito baixo e apenas momentâneo. Aquela história de colocar sal na língua para quem está com pressão baixa realmente funciona, mas é um aumento pequeno e de curta duração”, declara. “O sal está longe de ser o responsável”.

      Dr. Nabil rechaça com intensidade os argumentos defendidos por Balu – que já sugeriu desmistificar o consumo de sal. “O sal é o nosso maior inimigo!”, exclama o cardiologista.

“A Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta que o sal é o principal problema para pressão alta no Brasil e no mundo. Uma pessoa tem que consumir no máximo de quatro a cinco gramas de sal por dia. Não dá para fazer esse cálculo com facilidade na hora de consumir, então acaba-se medindo pelo sódio. Mas não conseguimos tratar bem um hipertenso sem a restrição de sal, álcool e isotônicos”, esclarece.

      Quem tem pessoas na família com histórico da doença é mais propenso à hipertensão, mas isso não exime alguém sem histórico de maneirar no consumo de sal. “O principal causador de hipertensão hoje em dia é o sal”, reforça mais uma vez.

Os carboidratos- Danilo Balu justifica porque os carboidratos é que deveriam passar por maior policiamento. “Muito carboidrato causa retenção líquida e consequentemente aumento de pressão. Isso é relevado, as pessoas não prestam atenção. Combatendo sal, esquecem do açúcar. O efeito do açúcar na pressão é crônico, enquanto o do sal é agudo (repentino)”, explica.

      Mais uma vez, Dr. Nabil é veemente para negar a hipótese. “Carboidrato não tem nada a ver, só se for em pessoas obesas. A principal parte de casos de hipertensão no mundo tem como causa o consumo de sal. Apenas de três a cinco por cento são por outras causas”, enfatiza.

      Para reforçar seu ponto de vista, acrescenta que a Sociedade Brasileira de Cardiologia propôs a diminuição do sal como conservante nos produtos da indústria alimentícia em 20%. Na dúvida, o melhor é não exagerar na comida salgada e investir na corrida: ela só traz benefícios.

Matéria publicada em portal Webrun

Ácidos graxos tem efeito benéfico na atividade física

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      Os ácidos graxos são os componentes estruturais das gorduras e dividem-se em saturados, monoinsaturados e poliinsaturados.

      Esse último é absorvido somente por meio da alimentação e são os famosos ômegas (3, 6 e 9). Existem evidências que esses ácidos graxos possam ter efeitos positivos nos atletas e esportistas por fazerem parte da estrutura das membranas celulares que possuem efeitos anti-inflamatórios.

      Encontrados em óleos vegetais e gorduras animais, os ácidos graxos são considerados “gorduras boas”, por isso devem estar inclusos na dieta alimentar, uma vez que o corpo necessite deles para diversos fins. Uma alimentação balanceada deve conter ácidos graxos poliinsaturados para manter os níveis saudáveis de lipídios no sangue. Eles também são necessários para uma coagulação sanguínea adequada e para regular a pressão arterial. Outra função importante é o controle de inflamações nos casos de infecção ou lesão. Os ácidos graxos poliinsaturados também podem ajudar o sistema imunológico a reagir adequadamente.

      As gorduras suprem entre 30-80% de energia para atividade física, dependendo do estado nutricional, da intensidade e da duração do exercício. O exercício aeróbico regular com intensidade moderada aprimora a capacidade do corpo de recrutar as gorduras intramusculares para geração de energia, poupando as reservas de açúcar (glicogênio). Por isso, para bons resultados nos treinos é necessário aliar a atividade física com uma dieta equilibrada!

Por Jornalismo Portal EF

Suspeita de gripe: atleta não deve se afastar das atividades físicas

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      Tosse, espirros e nariz congestionado? O melhor a fazer é vestir uma roupa leve, tênis confortável e correr para a academia. 

      Os exercícios físicos, quando realizados de forma moderada, podem reduzir consideravelmente os sintomas relacionados a resfriados e auxiliar na recuperação. Dores leves na região da cabeça e nuca, irritação na garganta e obstrução nasal são comuns em resfriados. Assim que esses sintomas aparecem, não é necessário interromper os exercícios físicos. Porém, quando o atleta já apresenta um quadro de gripe (febre alta, fraqueza, dores no peito e nas juntas) se não tratada adequadamente, a doença pode evoluir e ser um fator facilitador de infecções mais graves, como pneumonia, infecção nos ouvidos, sinusite, amigdalite e crises de asma. Exercitar-se, então, aumenta a vulnerabilidade do organismo e desidrata o paciente. Nesses casos, o ideal é a pessoa iniciar um tratamento médico e descansar bastante.

      Estudos divulgados pelo American College of Sports Medicine mostram que a prática de esportes é capaz de eliminar em até dois dias os sintomas de um resfriado, já que estimula as células do sistema imunológico que combatem a infecção. Porém, na academia é importante sempre se lembrar de levar as mãos à boca antes de tossir ou espirrar, e evitar assoar o nariz próximo a outras pessoas - para não trasmitir o vírus. Além disso, a ingestão de líquidos durante a atividade física é fundamental para hidratar o organismo e manter a temperatura corporal. 

      O atleta ou esportista que se exercita em excesso, tem como efeito negativo na saúde, uma diminuição da imunidade geral e em consequência um maior risco de infecções por vírus. Essas infecções conhecidas como viroses, podem provocar em algumas pessoas, uma inflamação do miocárdio (coração) chamada de miocardite, uma doença que tem como possível complicação, o aparecimento de arritmia cardíaca benigna ou maligna. A orientação médica resume-se ao tratamento dos sintomas, hidratação, e alimentação adequada. Por isso, a recomendação de que na suspeita de uma virose (gripe) impõem-se o afastamento de todas as atividades físico/esportivas até a cura total. Não se deve abrir mão dessa atitude - nunca!

Por Jornalismo Portal EF

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Criada substância que promete substituir exercício físico

Animais que receberam o composto emagreceram mesmo com uma dieta rica em calorias

Criada substância que promete substituir exercício físico Denis Raev/Deposit Photos

      Dois estudos recém-publicados investigam a possibilidade de que um dia venhamos a desfrutar das vantagens da prática de exercícios com a ajuda de uma pílula, ao invés de suarmos a camisa. Porém, embora alguns pesquisadores acreditem na promessa de uma pílula de exercícios, não se sabe se isso seria prudente.
      O mais encorajador dos novos estudos, publicado na semana passada pela Nature Medicine, é a continuação da pesquisa de uma equipe do Instituto de Pesquisa Scripps, em Júpiter, Flórida, que revelou que um composto criado por eles e injetado em ratos obesos aumentaram a ativação de uma proteína chamada REV-ERB, conhecida por controlar parcialmente o ritmo cardíaco e os relógios biológicos dos animais. Os animais que receberam o composto emagreceram mesmo com uma dieta rica em calorias e melhoraram os níveis de colesterol no sangue.
      Inesperadamente, os animais também começaram a consumir mais oxigênio durante o dia e gastaram 5% mais energia que os ratos que não receberam o tratamento, muito embora não estivessem se movendo mais que os outros animais. Na verdade, em boa parte dos casos os animais que receberam o medicamento estavam fisicamente mais preguiçosos e inativos do que antes de receberem a droga. Aparentemente, o composto fornecia um exercício sem a necessidade do esforço físico.
      Intrigados, os cientistas do Scripps, em parceira com pesquisadores do Instituto Pasteur, da França, e outras instituições, tentaram descobrir o que composto poderia fazer aos músculos para obter esses resultados. Eles sabiam que a droga aumentava a potência da proteína REV-ERB, mas ninguém sabia o que a proteína faria aos músculos diretamente. Por isso, eles começaram a desenvolver uma linhagem de ratos incapazes de expressar um volume muito grande de REV-ERB nas células musculares.
      Esses animais demonstraram ser verdadeiros antiatletas. Uma das marcas registradas dos exercícios aeróbicos é que os músculos aumentam o número e o vigor das mitocôndrias, as estruturas celulares responsáveis por gerar energia e consumir oxigênio. Porém, nos músculos desses animais o número de mitocôndrias era baixíssimo.
      Por consequência, os animais tinham uma capacidade máxima de consumo de oxigênio 60% mais baixa que o normal. Eles chegavam à exaustão na esteira muito antes das cobaias não afetadas.
      Porém, quando os cientistas aplicaram o composto em células musculares isoladas dos ratos deficientes em outra parte do experimento, as células começaram a produzir muito mais REV-ERB. Em seguida, essas células passaram a produzir muito mais mitocôndrias e a fortalecer as existentes.
      Por fim, os cientistas injetaram o componente em ratos sedentários para estimular a produção de REV-ERB além dos níveis considerados normais. Quando soltaram os ratos sedentários em pequenas esteiras, eles correram "significativamente mais, tanto no quesito tempo quanto no quesito distância", se comparados a animais que não receberam o composto, mesmo que não estivessem treinando anteriormente.
      O medicamento "certamente parece agir como uma mímica do exercício", afirmou o coautor Thomas Burris, atual diretor do departamento de Ciência Farmacológica e Fisiológica da Faculdade de Medicina da Universidade de St. Louis. Ele acrescentou que não é difícil imaginar um medicamento que permita que as pessoas, especialmente com deficiências físicas ou incapacitadas de se exercitarem, de tirar proveito dos benefícios da resistência física, sem precisarem se cansar para isso.
      Porém, ainda estamos longe disso, e muitas perguntas precisam ser respondidas. Ainda não se sabe, por exemplo, se é possível aumentar os níveis de REV-ERB em pessoas saudáveis, nem se atletas poderiam usar a droga para se doparem. Burris afirmou que outros cientistas que publicaram dados sobre as possíveis pílulas de exercícios o alertaram para "esperar alguns telefonemas estranhos" de atletas e equipes de apoio.
      A maior preocupação é saber se uma pílula seria capaz de replicar os efeitos fisiológicos complexos dos exercícios físicos, nem se haveriam consequências inesperadas caso recriássemos os efeitos.
      Essa questão serviu de pano de fundo para outro estudo, publicado este mês pela PLoS Biology. Nele, cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, tentaram replicar estudos anteriores que demonstram que grandes doses de resveratrol, a substância química encontrada em abundância nas cascas de uva, aumenta a produção de novas mitocôndrias em células musculares isoladas, imitando o efeito de exercícios aeróbicos. Depois desses primeiros estudos, o resveratrol também passou a ser visto como uma alternativa farmacológica à prática de exercícios.
      Entretanto, o novo estudo acaba com essa esperança. Quando os cientistas alimentaram ratos e camundongos com níveis toleráveis de resveratrol na ração, os animais não produziram mais mitocôndrias nas células musculares. Somente doses extremamente altas de resveratrol levaram à produção de mais mitocôndrias.
      Infelizmente, doses exageradas dessa substância têm um efeito tóxico, afirmou o Dr. John O. Holloszy, coautor do estudo e professor de medicina da Universidade de Washington. Ela "envenena dois dos passos" envolvidos na função mitocondrial saudável, afirmou Holloszy.
Ainda assim, o sonho de saúde sem esforço continua a encantar.
- Eu sei que há muita gente que iria preferir tomar uma pílula, ao invés de correr alguns quilômetros - afirmou Burris, acrescentando que o principal objetivo de sua pesquisa e de outras similares é o de ajudar quem não pode se exercitar, não quem se nega a fazê-lo, e que até mesmo os beneficiários seriam enganados. Nenhuma droga, conclui Burris, é capaz de recriar todos os benefícios do exercício físico.
Fonte: THE NEW TORK TIMES SERVICE

terça-feira, 23 de julho de 2013

Parafuso Integral Mosmann

parafuso_integral_mosmann

Os leitores Lucio e Bruna enviaram fotos do mesmo rótulo de macarrão integral! Achamos ótimo que elenão possui aditivos, é fonte de fibras, tem pouco sódio e pouca gordura:) Para ser melhor, só se tivesse farinha integral como ingrediente principal, mas ainda assim é uma ótima alternativa de macarrão, principalmente nessa era dos “miojos”.
Alegação “FONTE de fibras”
Está correta! Para ser considerado fonte de fibras, o alimento deve conter pelo menos 3 g em 100 g de produto*. Nesse macarrão, encontramos 3 g na porção de 80 g.
Fonte: *Portaria n˚ 27 de 13 de janeiro de 1998 da ANVISA.
Não apresenta aditivos :D
ADORAMOS! Só tem os ingredientes necessários e pronto! Nada de corantes, conservantes, etc.
Baixa quantidade de gorduras
Em 1 porção (2 xícaras), encontramos 1,1 g de gorduras totais e 0 g de gorduras saturadas. Assim, provavelmente as gorduras sejam insaturadas (as boas)… Pena que o fabricante não as discrimina na tabela nutricional.
As gorduras saturadas aumentam o risco de dislipidemias (aumento da gordura no sangue, principalmente colesterol e triglicerídeos) como também de doenças cardíacas. As principais fontes são alimentos de origem animal (manteiga, banha, toucinho e carnes e seus derivados, leite e laticínios integrais), embora alguns óleos vegetais sejam ricos nesse tipo de gordura (óleo de coco). Essas gorduras são prejudiciais à saúde quando consumidas em excesso. É recomendável que o total de energia da alimentação fornecido pelas gorduras saturadas seja menor do que 10%.*
Fonte: *Guia alimentar para a população brasileira – Ministério da Saúde, 2006.
Pouco sódio
Em uma porção, encontramos somente 8 mg de sódio, o que corresponde a apenas % da recomendação diária.

Chocolate Amargo Cacau Show

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Recebemos esse rótulo da leitora Flávia, que disse achar que esse chocolate chega perto da nota doChokolah.
Realmente, ele ficou bem próximo!! Tem um super percentual de cacau de 85%poucos aditivosmenos açúcar do que temos visto em outros chocolates e ainda tem fibrasSeria quase perfeito, se não fossevirado em gorduras totais e saturadas!!! É uma pena. :(
Portanto, consuma com moderação, pois os benefícios dos flavonóides encontrados no cacau não vão poupar as gordurinhas acumuladas na cintura.
Apresenta o percentual de cacau
Este chocolate apresenta 85% de cacau, mais cacau do que o amargo da versão da Hershey’se do que o Chokolah.
Primeiro ingrediente NÃO é açúcar!
Normalmente o açúcar é o primeiro ingrediente nos chocolates, mas neste ele vem depois da massa de cacau e do cacau em pó! Perdeu duas posições! Pena que não apresenta a quantidade em gramas por porção na tabela nutricional…
Rico em fibras
Ele é RICO em fibras por possuir 3 g em uma porção de 25 g. Para ser considerado rico nesse nutriente, o alimento deve ter, no mínimo, 6 g de fibras em 100 g do produto*. Esse chocolate apresenta 12 g!
Tem muitos pães que não tem essa quantidade de fibras, mas não vamos sair comendo chocolate por causa disso, né? ;)
Fonte: *Portaria n º 27, de 13 de janeiro de 1998.
Poucos aditivos
Geralmente os chocolates apresentam muuuuitos aditivos alimentares. Esse só apresenta emulsificante e aromatizante. Já é melhor do que muitos chocolates que vemos por aí…
Muuuuita gordura!
Em uma porção de 25 g (3 quadradinhos) encontramos 11 g de gorduras totais (19% do valor diário recomendado) e 6,7 g de gorduras saturadas (31% do valor diário recomendado). Nos ingredientes podemos acusar a culpada: manteiga de cacau.
As gorduras saturadas aumentam o risco de dislipidemias (aumento da gordura no sangue, principalmente colesterol e triglicerídeos) como também de doenças cardíacas. As principais fontes são alimentos de origem animal (manteiga, banha, toucinho e carnes e seus derivados, leite e laticínios integrais), embora alguns óleos vegetais sejam ricos nesse tipo de gordura (óleo de coco). Essas gorduras são prejudiciais à saúde quando consumidas em excesso. É recomendável que o total de energia da alimentação fornecido pelas gorduras saturadas seja menor do que 10%.*
Fonte: *Guia alimentar para a população brasileira – Ministério da Saúde, 2006.

Suco de Laranja Naturale

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Recebemos mais uma ótima opção de suco do leitor Lúcio. Assim como os sucos de laranja PetryDo Bem e Xandô, ele é integral e sem adição de açúcar! Esse suco é produzido pela Cia. Zaffari, aqui no Rio Grande do Sul e o seu preço geralmente sai mais em conta do que o concorrente Petry.
Adoramos o fato de ele ser o único que apresenta fibras nas informações nutricionais! Só alertamospara quem quer perder peso ficar esperto, pois não é uma bebida baixa em calorias (principalmente por se tratar de um suco integral). Diabéticos também devem cuidar, pois apesar de não possuir adição de açúcar, apresenta frutose.
É um suco integral!
Sabe o que é SUCO INTEGRAL? Esse nome é exclusivo do suco sem adição de açúcares e na sua concentração natural (não diluído). É proibida a adição de aromas e de corante artificiais.
OBS: o suco pode ser adicionado de açúcar, mas deve constar a designação “adoçado“, fiquem ligados! Ainda bem que esse não é o caso deste suco :)
Fonte: Decreto n 6.871, de 4 de junho de 2009.
Vitamina C na sua forma natural
Ainda bem que a vitamina C deste suco vem das LARANJAS! Cuidado! Não é o que normalmente vemos por aí, com os “sucos” cheios de vitaminas adicionadas industrialmente ao produto.
Não apresenta aditivos alimentares!
Sabe o que é aditivo alimentar? É todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento.
Fonte: Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97.
Não possui adição de açúcar
Ainda bem! O que mais vemos em produtos é a adição de açúcar e mais açúcar. Ficamos felizes quando encontramos um produto assim :D
Possui fibras. Uhuu!
Ficamos felizes em ver um suco desses apresentando fibras na tabela nutricional. Ele é o único que apresentou fibras até agora!
O que significa o suco ser pasteurizado?
Significa que ele sofreu o processo de pasteurização. O suco é submetido a um aquecimento rápido normalmente feito a 96ºC por 3 segundos, podendo haver variações no processo (por exemplo, 85-90ºC por até 2 minutos). O aquecimento é feito em um trocador do tipo de placas ou de tubos com circulação de vapor, onde o vapor transfere calor latente para o suco, aumentando, assim, sua temperatura. Além de eliminar a maior parte da flora microrgânica, impedindo a fermentação do suco, busca inativar a pectinesterase, enzima que destrói a estabilidade da turvação.
O processo de pasteurização não modifica em praticamente nada o sabor do suco e afeta pouquíssimo o valor nutricional. Após o aquecimento, o suco de laranja também sofre um resfriamento dentro do mesmo equipamento.
Fonte: SIEWERD, W.K. Suco de laranja pasteurizado. Blumenau, 2011. Disponível em:http://www.bc.furb.br/docs/MO/2011/349138_1_1.pdf

Coca-Cola e suas 123 calorias…


Essa semana saiu a notícia de que o Reino Unido obrigou a Coca-Cola a retirar do ar o anúncio de televisão que mostrava as formas de queimar as 123 calorias de uma garrafinha de Coca-Cola por considerar PROPAGANDA ENGANOSA.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=q0mxyUCWIvI

Confessamos que também fomos enganadas por esse anúncio, pois somente nos demos conta de quepara gastar as tais 123 calorias era preciso SOMAR as atividades mostradas no comercial quando lemos a reportagem do Estadão explicando o que foi considerado para o Reino Unido banir o comercial:
Para as autoridades que regulam a publicidade no Reino Unido, o anúncio não deixa claro que todas as atividades precisam ser feitas em conjunto, a fim de queimar as 139 calorias. Foram consideradas queixas de consumidores que se sentiram desinformados com a insinuação de que bastaria uma das atividades mostradas para queimar as calorias. 
Tínhamos respondido à pergunta abaixo na nossa entrevista para o iG, mas como ela acabou não saindo na reportagem final, vamos postá-la aqui para vocês lerem:
Qual a posição de vocês a respeito da campanha da Coca que “ensina” maneiras de se queimar as 123 calorias de uma garrafinha? É uma medida eficaz no sentido de estimular a atividade física, ainda que associada a um produto que praticamente não contém nutrientes e ainda é fonte de açúcar, sódio?
Somos totalmente contra esse tipo de publicidade. Está certo que eles precisam vender seus produtos, mas é muito forçado dizer que essas 123 calorias contidas em uma garrafa de Coca-Cola, vazias de nutrientes, são de “energia positiva” que servem para se “usar em atividades felizes”. Dá uma ilusão de ser uma quantidade pequena, que se gasta só por você “gargalhar por 75 segundos”, conforme eles citam no comercial.
Inclusive, a primeira crítica que faremos é referente a essas maneiras de gastar as calorias ingeridas. Por exemplo, no comercial eles mostram que é possível queimá-las em 6 minutos indo de bicicleta para o trabalho. No entanto, ao calcularmos encontramos um valor de 39 minutos!! De onde saiu essa diferença?
A segunda questão é a banalização do consumo de refrigerantes. Na pirâmide alimentar, esse tipo de bebida deve ser considerada como um doce, e os doces estão na menor porção. Ou seja, a quantidade ingerida deve ser menor do que todos os outros grupos alimentares (carnes, frutas, pães, leite e verduras, etc).
Se a pessoa consumir 1 lata de Coca-Cola diariamente, ao final de 1 mês ela terá ingerido 1.110 g de açúcar, o que pode levar a uns bons quilos ganhos com o passar do tempo, além do alto pico de insulina cada vez que essa quantidade altíssima de açúcar atinge o sangue e dos ingredientes artificiais contidos nesse refrigerante. Devemos lembrar também que nem sempre se toma só uma garrafinha de Coca, então essas 123 kcal podem se multiplicar.
No final do comercial eles dizem que se pode optar pela versão Zero, a qual não possui calorias. Seria ótimo, se não fosse a maior quantidade de sódio e o acréscimo de adoçantes, conservantes e reguladores de acidez… Para se levar uma vida equilibrada de verdade, o correto seria trocar essa Coca-Cola por água ;)
Fonte: Publicado July 20, 2013 por fechandoziper em Blog

Quem come fruta e vegetais vive mais!

Estudo realizado na Suécia aponta que esses alimentos aumentam a expectativa de vida


      Pesquisadores do instituto Karolinska, na Suécia, avaliaram os hábitos alimentares de mais de 70 mil pessoas de 45 a 83 anos, por um período de 13 anos. Durante esse tempo, os participantes responderam questionários sobre alimentação e foram observados de perto. O resultado da pesquisa chamou a atenção pelo fato de que, as pessoas que mantém o hábito de consumir pelo menos cinco porções diárias de frutas e vegetais, vivem em média três anos a mais do que os outros.
      Os dados ficam ainda mais interessantes, ao analisarmos a relação que a quantidade de frutas e vegetais ingerida diariamente, tem com o aumento da expectativa de vida. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que aqueles que comem uma porção de fruta ou vegetal por dia, vivem 19 meses a mais do que quem não come nada. Já quem consome três porções em média, vive cerca de 32 meses a mais.
      Segundo reportagem da Veja, Alicja Wolk, professora de epidemiologia nutricional do instituto e coordenadora do estudo, grande parte das pessoas conhecem os benefícios desses alimentos na dieta, mas poucas pesquisas feitas até então, relacionaram o consumo de frutas e vegetais à expectativa de vida.
      Wolk diz que as pessoas que não consomem esse tipo de alimento, tem mais propensão a fumar, comer carnes vermelhas e gorduras, o que acaba contribuindo para a diminuição da expectativa de vida.
      Para quem quer viver mais, a receita é simples. Consumir diariamente cinco porções de frutas e vegetais por dia, pode lhe render até três anos a mais de vida. O resultado completo da pesquisa será publicado na edição de agosto do periódico The American Journal of Clinical Nutrition.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Jogo de cintura

Para ter uma passada eficiente, não basta ter perna: é preciso força e flexibilidade nos quadris. Assim você reduz as chances de lesões e rende o máximo na corrida


      Se perguntarmos a um corredor que estruturas do corpo estão envolvidas em uma corrida, a imensa maioria responderia na lata: as pernas. Alguns mencionariam os glúteos, e os mais experientes fariam uma menção honrosa ao abdome. Poucos teriam consciência do papel dos quadris para um movimento eficiente. Correr pode ser algo natural, mas para obter sua melhor performance é preciso trabalhar postura e técnica, e os quadris podem sabotar ou alavancar sua corrida.
      Segundo Renan Malvestio, especialista em fisioterapia do esporte pela Unifesp e sócio da clínica SportsCare Club, em São Paulo, grande parte das lesões em corredores se origina na região dos quadris. “Como na fase de apoio da corrida [aterrissagem] sempre temos apenas um pé no chão, todo o peso do tronco acaba sustentado por apenas um dos quadris, o que demanda grande controle dessa articulação”, afirma. Se há uma falha na sustentação do quadril, isso vai desencadear uma série de compensações ao longo do membro inferior, atingindo os joelhos e os pés, o que pode causar dores e até mesmo lesões. Você está de olho no relógio? O rendimento também pode ser comprometido.
      Na aterrissagem, se o quadril cai para o lado, por exemplo, o joelho pode acabar indo para dentro. A partir daí, na propulsão, você é obrigado a retornar desse desvio para dar impulso”, explica. Resultado: desperdício de energia com esse movimento e perda de um tempo precioso.
O X da questão
      A cada passada, a força do impacto é transmitida pela perna, desde o osso da coxa (fêmur) até o quadril. Como esse momento sempre ocorre em um pé só, a tendência natural seria de uma queda do quadril para o lado sem apoio, como se tirássemos os pés de uma mesa só de um lado. No entanto, nós temos músculos responsáveis por esse controle. Existem os mais superficiais (como o glúteo máximo), que são responsáveis pelos grandes movimentos e pela maior absorção de impacto propriamente dita, e os menores e mais profundos, que trabalham mais na estabilização dos quadris.         Além disso, o abdome tem papel importante no controle da bacia, que tem relação direta com os quadris.
      Porém, mesmo com esses músculos presentes e fortes, podemos não estar treinados a usá-los adequadamente. “É como se tivéssemos uma caixa de ferramentas completíssima para um serviço, mas só estivéssemos treinados a usar chave de fenda e martelo. Assim, a estabilidade dos quadris acontece fora do movimento ideal e isso altera a distribuição do impacto, o que gera pontos de sobrecarga ao longo do corpo e eventuais dores ou lesões”, afirma Renan. Esse é um dos fatores de risco, mas é claro que há outras questões envolvidas e que, combinadas, aumentam a chance de você se machucar, como o volume grande de treinos, sobrepeso e fadiga, entre outros.
Controle é tudo
      Um músculo que aparece com frequência ligado à má postura na corrida é o iliopsoas. Ele é responsável pelo movimento de levar a coxa à frente, e muitas vezes não atingimos o movimento desejado porque não estamos estendendo completamente o quadril. “A falta de flexibilidade no iliopsoas pode interferir no movimento, mas não é a única causa e, na minha opinião, nem é a principal. Na maioria das vezes, o que acontece é que a forma como nos movimentamos coloca os músculos para funcionar em posição encurtada, apesar de ele ter comprimento suficiente para o que queremos fazer — o que pode ser corrigido por meio da postura”, diz Renan.
      Uma lesão de sobrecarga relativamente frequente na região dos quadris é a bursite. Na parte mais saliente do quadril localiza-se uma região do fêmur chamada de trocânter maior. A bursa está sobre o trocânter. Agora imagine bolsinhas com líquido que ficam entre o osso e os tendões que passam por ali, para que não haja atrito. A inflamação dessas bolsinhas é denominada bursite.
      Essa dor apresenta-se na parte lateral do quadril e é mais intensa quando o atleta deita sobre esse lado, corre ou cruza as pernas. A bursite é mais comum nas mulheres, naquelas pessoas que têm uma perna mais comprida que a outra e também naquelas que apresentam ainda a síndrome da banda iliotibial e obesidade. Mas atenção: é preciso diferenciar bursite de lesões nos tendões e outras estruturas que rodeiam a articulação, como as fraturas por estresse. Como aliviá-la? “Por se tratar de uma lesão de sobrecarga, ou seja, que acontece por pequenas forças mal distribuídas e repetidas ao longo do tempo, o tratamento definitivo é a identificação e correção do desvio de movimento gerador daquela sobrecarga. Porém, é fundamental o tratamento local, principalmente em sua fase aguda, que pode envolver anti-inflamatórios, fisioterapia e repouso das atividades que geram dor”, afirma Renan.
      Nenhuma técnica é solução definitiva para correr livre de lesões e de forma eficiente para todos, pois cada corpo, conforme suas características, varia um pouco a posição, a amplitude e a frequência da passada para economizar energia. Mas, para evitar lesões na região dos quadris, o caminho mais eficiente é trabalhar a musculatura e a postura. Como as lesões por sobrecarga são as mais frequentes na corrida, ter atenção à forma como nos movimentamos pode ser o melhor caminho para uma corrida eficiente e saudável. Hoje existem especialistas que filmam seus treinos e avaliam cada aspecto do movimento. E, a partir daí, fazem um trabalho que inclui alongamento, fortalecimento direcionado às necessidades individuais do atleta e reeducação do gesto da corrida.
      Quer dar o primeiro passo? Procure um ortopedista ou fisioterapeuta especialista em medicina esportiva (e especialmente em corrida) para que ele avalie sua técnica e postura. Para melhorar a condição dos seus quadris a partir de hoje, inclua na rotina os exercícios de alongamento e fortalecimento ilustrados acima. O centro de sua corrida não são as pernas, mas sim tudo o que vem dos quadris.
Fonte: Por Lili Figueroa e Patricia Julianelli | Ilustrações Luciano Veronezi